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CAJUEIRO |
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Potente
antisséptico
Do ponto de
vista nutritivo, é uma fruta muito rica. Seu teor de vitamina C é bem maior
que o da laranja. O cajú tem ainda quantidades razoáveis de Niacina, uma das
vitaminas do Complexo B, e Ferro. A vitamina C age contra infecções, a
Niacina combate problemas de pele, e o Ferro contribui
para a formação do sangue. Por ser rico em
fibras, o cajú é indicado para aumentar a movimentação intestinal. Em bom estado, a
fruta não deve ser verde, nem ter marcas de picadas de insetos. O cajú ao
natural é excelente no combate ao reumatismo e eczemas de pele. E o óleo de
castanha de cajú é considerado potente antisséptico, limpando feridas e
ajudando na sua cicatrização. Esse óleo é também indicado no combate a vermes
intestinais. As folhas novas
do cajueiro, quando cozidas e colocadas sobre feridas
promovem sua cicatrização. Seu período de
safra vai de janeiro a fevereiro. Cem gramas de cajú fornecem 46 calorias. O cajú, fruto do
cajueiro, tem duas partes: o fruto propriamente dito, que é
a castanha, e o pseudofruto, chamado cientificamente pedúnculo floral, que é
a parte comumente vendida como a fruta. São conhecidas cerca de vinte
variedades de cajú, classificadas segundo a consistência da polpa, o formato,
o paladar e a cor da fruta (amarela, vermelha ou
roxo-amarelada, dependendo da variedade). Quando ainda verde, o cajú é chamado
de maturi e é muito usado na cozinha do Nordeste no preparo de picadinhos e
refogados. É muito rico em vitamina C e contém ainda, em quantidades menores,
vitaminas A e do complexo B. Além de ser
consumido ao natural, o cajú pode ser preparado em forma
de suco simples (cajuada) ou de sorvetes, doces em calda ou pasta, licores,
vinhos, xaropes e vinagres. Combinado com cachaça ou gim, vira o conhecido
"cajú-amigo",servido como aperitivo.
Depois de extraído o suco, sobra o bagaço do cajú, muito rico em celulose,
que pode ser usado na cozinha como nas famosas "frigideiras"
nordestinas - uma variação de fritada. O cajú bom para
o consumo deve estar bem fresco. A casca deve ter cor firme (segundo a
variedade), sem manchas ou machucados. Como é uma fruta muito fácil de
estragar, deve ser consumido no mesmo dia da compra. Se estiver bem firme,
pode ficar guardado na geladeira por dois dias, no máximo. Dicas culinárias
Para que o doce
de cajú fique bem clarinho, use panela de ágata. Para extrair
todo o suco do cajú, depois de ter espremido a fruta, passe o bagaço por uma
peneira. Curiosidades
Em Pirangí, no
Rio Grande do Norte, está o maior cajueiro do mundo. Ele
ocupa uma área de 7.300 m² e tem cerca de 90 anos. No Estado do
Ceará, chamam-se "chuvas de maturi" as chuvas que caem na época da
florescência do cajú (agosto e setembro). Fonte:
www.senado.gov.br Características da planta
Árvore que pode
atingir até 10 m de altura, apresenta copa proporcional ao seu tamanho,
arredondada chegando a alcançar o solo. Tronco geralmente tortuoso e
ramificado. Folhas róseas quando jovens, verdes
posteriormente. Flores pequenas, branco-rosadas, perfumadas, surgindo de
junho a novembro. Fruto
O fruto pequeno
de coloração escura e consistência dura é sustentado por uma haste carnosa e
suculenta bem desenvolvida, de coloração amarela, alaranjada ou vermelha. Da haste
obtém-se matéria- prima para o fabrico de sucos, doces, etc. O verdadeiro
fruto é a conhecida castanha-de-caju que pode atingir até 2
cm de comprimento. Os frutos
amadurecem de setembro a janeiro. Cultivo
Encontra
condições ideais de cultivo no litoral do Nordeste. Prefere solo seco devendo
seu plantio ser realizado na estação chuvosa. Prefere clima tropical e
subtropical. Uma árvore com 4 anos pode produzir de
100 a 150 kg por ano. A Amazônia
parece ter sido o útero quente de onde diferentes espécies do genêro
Anacardium se irradiaram para o resto do mundo. E o cajueiro,
seu representante mais conhecido, árvore rústica, espontânea e nativa do
Brasil, mais precisamente da zona arenosa litorânea de campos e dunas, que
vai do nordeste até 0 baixo Amazonas, está hoje
disseminada por todas as regiões tropicais do globo. Os indígenas de
fala tupi, habitantes autóctones do nordeste do Brasil, já conheciam muito
bem o caju e faziam dele um de seus mais completos e
importantes alimentos. Deve-se, inclusive, aos indígenas o seu nome: a
palavra acaiu, de origem tupi, quer dizer "noz que se produz". Ficaram
conhecidas como as 'guerras do caju" as lutas pelo domínio
temporário dos cajuais, travadas entre as tribos indígenas que desciam do
interior na época da frutificação do caju e aquelas que
viviam no litoral. Supõe-se que foi
assim, através das castanhas levadas pelas mãos dos indígenas que iam e
vinham pelas terras do Brasil, que a fruta se espalhou por vastas regiões do
interior seco e árido nordestino. Pouco exigente quanto a solos, com o tempo,
o cajueiro se adaptou às terras para onde foi levado.
Floresceu e frutificou ano após ano, formando extensos cajuais. Quando, no
século das grandes navegações, aqui chegaram os primeiros europeus,
encontraram uma terra promissora de gentes e frutos exóticos, que se
confundia com a visão do paraíso terrestre, onde o cajueiro
era a verdadeira árvore proibida. Datam da metade do século XVI as primeiras
e maravilhadas descrições da árvore do caju, dos cajuais sem
fim do litoral americano e de seus frutos e usos, feitas pelos viajantes
europeus. Foi a partir de então que o caju iniciou sua viagem pelo mundo:
embarcado nas naus portuguesas, aportou em Moçambique, Angola, Quénia e
Madagascar, na África, e em Goa, na Índia. Ali, os cajueiros
começaram a crescer com profusão em terrenos secos e pedregosos onde antes
não havia nada, tendo sido incorporados completamente na vida e na economia
locais. E têm sido muito bem aproveitados: a Índia é, hoje em dia, o
principal produtor e exportador mundial da castanha-de-caju e do óleo da
castanha, com altos índices de rentabilidade. Enquanto isso,
em sua terra de origem, as árvores de caiu foram sendo substituídas,
primeiro, por plantações de cana-de-açúcar e, muito tempo depois, por casas e
edifícios luxuosos à beira-mar. Por muitos anos as possibilidades de
exploração econômica rentável do caju foram desconsideradas
nas terras brasileiras. Ainda assim, 0 Brasil é um importante produtor e exportador da castanha-de-caju,
destacando-se os Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. De maneira
geral, a cajucultura é, hoje, uma atividade de grande relevância
sócioeconômica para o nordeste do país. Aliás, para o
pesquisador Mauro Motta, nunca houve árvore e fruto de tamanha importância e
alcance na vida social e na economia regional de uma população. O caju
está presente na literatura, na poesia, nos ditados populares, na fala, nos
jogos infantis, nas crendices, nos costumes, no folclore, na medicina e no
mobiliário e, é claro, na dieta alimentar, na culinária e na doçaria
brasileira, especialmente, nordestina. Para
completar, é uma das frutas mais intrigantes existentes: aquilo que comumente
se acredita ser a fruta, denominada popularmente de "pêra",
"maçã" " ou "banana" - aquela parte carnosa,
cuja forma pode ser alongada ou arredondada; cuja cor pode ser amarela,
vermelha ou intermediária; que contém o sumo aromático e adstringente, por
vezes azedo e, outras, dulcíssimo - é apenas a haste, o pedúnculo inchado que
sustenta o verdadeiro fruto da planta, que é a castanha.Com a forma de um
pequeno "rim" animal, a castanha é o principal produto do complexo
econômico do caju. Quando madura, a
castanha do caju apresenta uma casca bastante dura e cheia
de um óleo viscoso, cáustico e inflamável que abriga a amêndoa. A partir da 2 Guerra Mundial, esse óleo se transformou em um
produto estratégico para a indústria, por suas qualidades isolantes e protetoras.
Atualmente existem mais de 200 patentes industriais que o utilizam como
componente. Os indígenas, no
entanto, sabiam desde sempre que a melhor forma de aproveitar como alimento
essa amêndoa abrigada na castanha do caju era torrando-a ao
fogo. Assim, sua casca e o forte óleo que desprende são consumidos, restando a apreciadíssima e internacional cashew nut. A castanha-
de-caju, como é conhecida pelos brasileiros, transformou-se em especiaria
cara e de luxo muito utilizada salgada, como tira-gosto, e natural, na
produção de doces e confeitos. Além disso, da
amêndoa da castanha-de-caiu - rica em proteínas, calorias,
lipídios, carboidratos, fósforo e ferro - é extraído um óleo
comestível que pode ser utilizado em substituição ao azeite de oliva. No Brasil, os
usos culinários do caju e de sua castanha se multiplicam.
Quando verde, por exemplo, a castanha volumosa e tenra, mais conhecida como
maturi, é ingrediente especialíssimo da culinária nordestina: a famosa
frigideira de maturi com camarões secos, por exemplo, é um prato baiano, raro
e sensual, cuja receita ficou imortalizada na obra"Tieta
do Agreste" do escritor Jorge Amado. Da amêndoa
torrada é costume fazer-se uma farinha muito especial que é misturada com
farinha de mandioca, adoçada e vendida em pequenos cones de papel: guloseima
de crianças. Essa mistura é, também, muito apreciada para ser degustada após
a adição de suco de caju ou água, a gosto. É a tumbança. A parte
suculenta e refrescante, o pseudofruto do cajueiro - que
contém vitamina C em quantidade para perder apenas da campeã acerola - tem
incontáveis usos e, embora alcance pouco valor no mercado externo, é muito
apreciada no Brasil. O caju
pode ser consumido como fruta fresca, sob os pés carregados ou adquirido de
ambulantes nas ruas e nas praias. Especialmente, é comum servir de
acompanhamento para aqueles que não se furtam de beber uma boa aguardente de
cana, sendo consumido aos pedaços ou por inteiro, entre um gole e outro. Para beber, como
é mais consumido, o caju serve de matéria-prima para
inúmeros sucos, refrescos e cajuadas, quando ao suco adoçado, adiciona-se
água ou leite. A cajuína, bastante apreciada e consumida gelada, é o suco
filtrado, engarrafado e cozido em banho-maria. Esse suco, depois de filtrado
e cozido, quando misturado com álcool transforma-se na jeropiga, um vinho de
caju que pode ser mais ou menos encorpado. O mocororó é o suco fermentado,
cru ou cozido, um vinho mais fino. A doçaria
nordestina é pródiga em receitas que levam a fruta, uma boa maneira de
conservá-la para ostempos de entressafra. Assim, o caju
costuma ser transformado em doces de todo tipo, na forma de sorvetes,
gelados, compotas' passas ou ameixas de caju, em calda ou fruta cristalizada.
As árvores que
dão o caju, essa saborosa, múltipla e generosa truta de muito frutos, em suas variadas espécies, podem durar até
mais de 50 anos e se apresentar com características bastante diversas. São desde
árvores com porte majestoso, amazônico, atingindo até a altura de 40 metros e
apresentando os pseudofrutos carnosos pouco desenvolvidos (Anacardium
giganteum), até formas árboreas de porte médio, não ultrapassando os 3 ou 4 metros de altura (Anacardiam othonianum) ou
herbáceo, com até 80 cm (Anacardium humile). Nesses últimos
casos, a castanha apresenta-se com as mesmas características e usos do cajueiro
comum, sendo apenas o seu pseudofruto uma miniatura perfeita do
outro e um pouco mais ácido. Também
conhecidos como cajuí, cajuzinho ou caju-de-árvore-do-cerrado,
tais frutos ocorrem naturalmente no Cerrado do Brasil. Fonte:
www.bibvirt.futuro.usp.br Pedido 43 3325 5103 |